quinta-feira, 19 de março de 2015

Sintomas da Páscoa



Parece que foi ontem que eu dava risadas daquele habitual papai-noel gigante e brega lá da Praça Tamandaré. Depois houve aquele réveillon maluco na Barra Sul, onde amanhecemos, eu e um grupo insone, tocando violão, avistando o primeiro alvorecer de 2015.

Chegou o Carnaval e ela não desfilou. Nem deu tempo de chorar por essa cabrocha porque tudo passou rápido, já era Quarta-feira e o rei Momo encerrou a festa pagã, devolvendo as chaves da cidade ao prefeito Piriquito.

Dia 15 – faz quase uma semana, – houve manifesto, discurso contra o governo, contra a roubalheira, depois passeata etc. Não sei se adianta muita coisa. Talvez, se tivéssemos as leis de Jacarta ... O quê, minha senhora? Se eu “já li a carta”? Não ... É Jacarta, lá da Indonésia ...

E todos estes fatos parece que aconteceram ontem ...

E perambulando nesta tarde enevoada, enquanto os prédios projetavam suas sombras, deixando a orla marítima ainda mais escura, vi um pessoal – não sei se da Prefeitura – enfeitando a nossa querida Praça Tamandaré com coelhos e coelhas pendurados em pinheirinhos e ovos gigantes ... O quê, minha senhora? Pinheiro é do Natal? Não ... Aqui nós temos pinheirinhos também na Páscoa ...

Não dá para acreditar: já estamos na Páscoa e nem senti seu sintoma ... "O tempo passa / o tempo voa / e a poupança daquele banco / continua numa boa ..."

Plagiando Felipe Magister, penso que talvez o tempo passe mais rápido quando nos envolvemos com algo que nos faça prestar mais atenção ao momento que no ponteiro do relógio.